06 DE JUNHO, SÁBADO - A ABRACAM apresenta os destaques do dia

Ministério da Saúde atrasa divulgação do número de mortes por coronavírus e gera críticas
 

Ministério da Saúde atrasa divulgação do número de mortes por coronavírus e gera críticas

O presidente Jair Bolsonaro foi questionado nesta sexta-feira (5) por jornalistas sobre os atrasos na divulgação de dados sobre a pandemia do novo coronavírus.

Sem que ninguém fizesse qualquer menção a nenhum órgão de imprensa específico, o presidente disse: "Acabou matéria do Jornal Nacional".

Depois, o presidente alegou que o atraso se devia à necessidade de pegar os dados mais consolidados, mas não explicou por que, por mais de 70 dias, foi possível consolidar os dados mais cedo. E nem por que os números que são divulgados às 22h constam de uma planilha que atualiza dados até as 19h.

Em seguida, como faz habitualmente, Jair Bolsonaro criticou o jornalismo da Globo e acrescentou: "Ninguém tem que correr para atender a Globo".

Sobre a declaração, a Globo divulgou a seguinte nota:

"O público saberá julgar se o governo agia certo antes ou se age certo agora. Saberá se age por motivação técnica, como alega, ou se age movido por propósitos que não pode confessar mais claramente. Os espectadores da Globo podem ter certeza de uma coisa: serão informados sobre os números tão logo sejam anunciados porque o jornalismo da Globo corre sempre para atender o seu público".

Dados das últimas 24 horas

Bolsonaro também defendeu excluir do balanço diário sobre os dados do coronavírus no Brasil os números de pessoas que morreram em dias anteriores.

O balanço diviulgado atualmente pelo Ministério da Saúde inclui os dados das últimas 24 horas e os números acumulados.

"Ontem [quinta-feira], praticamente dois terços dos mortos eram de dias anteriores. Tem que divulgar o [número] do dia. O resto, consolida para trás", afirmou o presidente.

Bolsonaro não explicou, contudo, como os óbitos dos dias anteriores devem ser computados pelo Ministério da Saúde.

Em relação à alteração no horário de divulgação dos boletins, Bolsonaro afirmou que "é para pegar o dado mais consolidado".

Inicialmente, o boletim era divulgado às 17h. Depois, passou a ser apresentado às 19h. Nos últimos dias, a divulgação só tem sido feita às 22h.

Nesta sexta, o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, disse que "cogita propor" ao TCU e aos tribunais de contas estaduais que sejam requisitados e consolidados os dados estaduais para divulgação diária dos dados até as 18h.

Mortes por milhões de habitantes

Bolsonaro também disse que falta seriedade na apresentação dos números de mortos feita pela imprensa.

“Parece que esse pessoal que faz... o Globo, Jornal Nacional gosta de dizer que o Brasil é recordista em mortes. Agora, falta inclusive seriedade. Bote mortes por milhões de habitantes. Nem isso faz. É a mesma coisa que querer comparar mortes no Brasil que tem 210 milhões de habitantes com países que tem 10 milhões”, disse Bolsonaro.

Pela análise do número de mortes por milhões de habitantes, o Brasil também figura entre os países com maiores índices de mortes.

Veja a seguir:

  • Reino Unido: 598,7 mortes por milhão de habitantes;
  • Espanha: 578,03 mortes por milhão de habitantes;
  • Itália: 558,13 mortes por milhão de habitantes;
  • França: 433 mortes por milhão de habitantes;
  • Estados Unidos: 325,64 mortes por milhão de habitantes;
  • Brasil: 153,88 mortes por milhão de habitantes.

OMS

Na mesma entrevista, concedida em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez críticas à Organização Mundial da Saúde (OMS).

“O Trump [presidente dos Estados Unidos] cortou a grana deles, voltaram atrás em tudo. E adianto aqui: os Estados Unidos saíram da OMS. A gente estuda no futuro – ou a OMS trabalha sem o viés ideológico – ou nós vamos estar fora também. Não precisamos de gente de fora dar palpite na saúde aqui dentro”, disse o presidente.

Na sequência, Bolsonaro foi questionado se pretende fazer com que o Brasil deixe a OMS. Ele afirmou:

“É o seguinte: ou a OMS realmente deixa de ser uma organização política, partidária, assim, vamos dizer, até partidária, ou nós estudamos sair de lá”, frisou.

DESTAQUE 2

Veja os dados sobre o coronavírus no Brasil neste sábado (6), segundo levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de saúde. Os principais dados são:

  • 35.047 mortes
  • 646.438 casos confirmados

Já segundo o balanço nacional do Ministério da Saúde, divulgado nesta sexta (5) às 21h40, o Brasil chegou a 35.026 mortes e 645.771 casos confirmados. A diferença para o último balanço foi de 1.005 novos óbitos registrados.Avanço de mortes por coronavírus no Brasil até 5 de junho — Foto: Editoria de Arte/G1

Avanço de mortes por coronavírus no Brasil até 5 de junho — Foto: Editoria de Arte/G1

Abaixo, veja curva de mortes no Brasil e nos estados, cidades com maior mortalidade, cidades com maior incidência, taxa de ocupação de leitos de UTI, testes feitos pelos estados e pacientes recuperados.

 

Consulte o número de casos e mortes em sua cidade no Mapa do Coronavírus.

Das 20 cidades com maior mortalidade no Brasil, 12 estão no Amazonas e só quatro fora da Região Norte. No ranking, aparecem cinco capitais, nesta ordem: Belém (1°), Fortaleza (5°), Recife (11°), Manaus (13°) e Rio de Janeiro (15°).

 
Taxa de ocupação de leitos de UTI
  • Acre – 82,6% em todo o estado em 4/6
  • Alagoas – 79% em todo o estado 4/6
  • Amapá – 98,84% em todo o estado em 4/6
  • Amazonas – 70% em todo o estado em 3/6
  • Bahia – 71% em todo o estado em 5/6
  • Ceará – 82,72% em todo o estado em 4/6
  • Distrito Federal – 69,5% na rede privada e 42,24% na rede pública em 29/5
  • Espírito Santo - 85,14% em todo o estado em 4/6
  • Goiás - 46,6% dos leitos de gestão estadual, em todo o estado em 3/6
  • Maranhão –96,25% na Grande São Luís, 80,85% no interior e 85,2% em Imperatriz em 2/6
  • Mato Grosso – 37,6% em todo o estado em 4/6
  • Mato Grosso do Sul – 7% em todo o estado em 4/6
  • Minas Gerais – 71% em todo o estado em 3/6
  • Pará – 79% em todo o estado em 3/6
  • Paraíba – 67% em todo o estado em 5/6
  • Paraná – 40% em todo o estado em 4/6
  • Pernambuco – 98% em todo o estado em 3/6
  • Piauí - 61% em todo o estado em 24/5
  • Rio de Janeiro – 90% no SUS em todo o estado em 5/6
  • Rio Grande do Norte – 84% na rede pública e 71% na rede privada em 5/6
  • Rio Grande do Sul – 71,9% em todo o estado em 5/6
  • Rondônia – 77,9% em todo o estado em 3/6
  • Santa Catarina – 61,7% do sistema público em todo o estado em 3/6
  • São Paulo – 71% em todo o estado em 5/6
  • Sergipe – 68,3% na rede pública e 85% na rede privada em todo o estado em 4/6
  • Tocantins – 60% dos leitos ocupados em 3/6

Testes feitos pelos estados

Número de testes de coronavírus feitos pelos estados

Estado Nº de testes Data de divulgação
Acre 15.988 4/6
Alagoas 18.048 1º/6
Amapá 21241 3/6
Amazonas 6.183 27/4
Bahia 39.949 21/5
Ceará 137.434 4/6
Distrito Federal 141.344 29/5
Espírito Santo 56.831 5/6
Goiás 12.925 30/5
Maranhão 66.717 3/6
Mato Grosso 8.253 3/6
Mato Grosso do Sul 11.713 4/6
Minas Gerais 23.461 4/6
Pará 54.311 3/6
Paraíba 60.022 5/6
Paraná 26.063 25/5
Pernambuco 50.392 28/5
Piauí 43.109 3/6
Rio Grande do Norte 25.465 5/6
Rio Grande do Sul 12.508 26/5
Rondônia 18.891 3/6
Roraima 718 23/4
Santa Catarina 33.000 4/6
São Paulo 87.463 27/5
Sergipe 20.702 2/6
Tocantins 7.095 25/5
Total 999.836  

Rio de Janeiro não divulgou o número de testes.

Pacientes recuperados

Pacientes recuperados de Covid-19 nos estados

Estados Nº de pacientes recuperados Data de divulgação
Acre 3.209 4/6
Alagoas 8.461 5/6
Amapá 5.766 5/6
Amazonas 34.583 2/6
Bahia 11.464 5/6
Ceará 39.263 4/6
Distrito Federal 7.336 5/6
Espírito Santo 9.919 5/6
Goiás 738 26/5
Maranhão 15.629 4/6
Mato Grosso 1.145 5/6
Mato Grosso do Sul 872 4/6
Minas Gerais 5.606 4/6
Pará 39.177 5/6
Paraíba 3.945 5/6
Paraná 2.267 4/6
Pernambuco 20.375 4/6
Piauí 456 29/5
Rio de Janeiro 41.838 2/6
Rio Grande do Norte 1.824 3/6
Rio Grande do Sul 8.391 5/6
Rondônia 2.600 3/6
Roraima 1.230 4/6
Santa Catarina 6.442 4/6
São Paulo 24.616 5/6
Sergipe 2.999 2/6
Tocantins 1.933 5/6
Total 302.084