4 de maio, segunda-feira - A ABRACAM mostra os destaques da mídia nacional

A semana começa com tensão entre Jair Bolsonaro, o Congresso e o STF depois que, mais uma vez, o presidente participou de atos antidemocráticos. O presidente deve anunciar hoje o novo diretor-geral da Polícia Federal, depois de ter a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo da família, impedida pelo Supremo. O país acaba de ultrapassar a marca de 100 mil infectados pela Covid-19 e 7 mil mortos. Esses números pressionam, cada vez mais, o sistema de saúde das capitais. Por causa do avanço da doença, alguns estados prometem anunciar prorrogação da quarentena e ampliar das restrições. Após mais uma semana de filas nas agências da Caixa por causa do auxílio emergencial, as agências terão agora horário de atendimento estendido. O podcast O Assunto conversou com Bernardinho e o filho Bruno, estrelas do vôlei, sobre as transformações provocadas pelo coronavírus no esporte e na vida.

Contramão da democracia 

O presidente jair Bolsonaro durante manifestação ao seu favor no Palácio da Alvorada, na cidade de Brasília, DF, neste domingo. — Foto: Wagner Pires/Futura Press/Estadão Conteúdo

O presidente jair Bolsonaro durante manifestação ao seu favor no Palácio da Alvorada, na cidade de Brasília, DF, neste domingo. — Foto: Wagner Pires/Futura Press/Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro voltou a participar de uma manifestação antidemocrática e inconstitucional, em Brasília, na manhã de domingo (3). O ato tinha faixas que pediam o fechamento do STF e intervenção militar.

Em discurso aos manifestantes, o presidente - num tom de desafio aos demais poderes - pediu a Deus para não ter problemas esta semana porque, segundo afirmou, 'chegou ao limite'. Ele não esclareceu o que isso significa. Manifestantes ainda hostilizaram a imprensa e agrediram com chutes e pontapés a equipe de jornalistas do jornal 'O Estado de S.Paulo

Sem citar diretamente a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria geral da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro disse que não vai mais admitir interferências, mas não explicou como.

Comando da Polícia Federal

O delegado Alexandre Ramagem, impedido de assumir o comando da PF por decisão do ministro Alexandre de Moraes — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O delegado Alexandre Ramagem, impedido de assumir o comando da PF por decisão do ministro Alexandre de Moraes — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O Presidente Jair Bolsonaro informou que anunciará nesta segunda-feira (4) o novo diretor-geral da Polícia Federal. O escolhido pelo presidente, Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), teve a nomeação suspensa pelo ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, antes da posse. Bolsonaro tem que apresentar outro nome.

Ramagem é amigo dos filhos do presidente. Além disso, segundo o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, Bolsonaro vinha manifestando interesse em trocar o comando da Polícia Federal para ter acesso às investigações, o que é considerada interferência política.
 

Por ter identificado indícios de que o presidente usaria o cargo para coletar informações de processos, Moraes decidiu tornar a nomeação inválida, porque a ação do presidente teria desrespeitado os fins que a lei e a Constituição preveem para atos públicos. No entender do ministro, houve o chamado desvio de finalidade.

Bolsonaro contesta o impedimento, manifestou insatisfação quanto à decisão, e fez ataques ao ministro Alexandre de Moraes na última semana.

Já a acusação de Moro é alvo de um inquérito da Polícia Federal, que contou com depoimento de Moro no fim de semana, em Curitiba. O ex-ministro apresentou, na ocasião, supostas provas da denúncia, entre as quais estão trocas de mensagens com Bolsonaro.

100 mil casos de Covid-19 

Morte por coronavírus no Brasil até 3 de maio — Foto: Arte/G1

Morte por coronavírus no Brasil até 3 de maio — Foto: Arte/G1

A última atualização do Ministério da Saúde sobre os casos de coronavírus no Brasil mostrou que, desde o começo da pandemia, mais de 100 mil brasileiros foram infectados.

O balanço mais recente, de domingo (3), apontou 275 mortes em 24 horas. Os mortos passam de 7 mil, sendo a maioria no estado de São Paulo. A taxa de letalidade da doença é de 6,9 %.

 O avanço da doença pressiona o sistema de saúde principalmente das capitais. O esgotamento de leitos de UTI para pacientes com coronavírus é uma ameaça no Rio de Janeiro e em estados do Norte do Nordeste do país. Manaus, além do colapso no SUS, parentes de vítimas fatais enfrentam o caos funerário.
 
Vista aérea do sepultamento em massa de vítimas de Covid-19 no cemitério do Parque Tarumã, em Manaus. — Foto: Michael Dantas/AFP

Vista aérea do sepultamento em massa de vítimas de Covid-19 no cemitério do Parque Tarumã, em Manaus. — Foto: Michael Dantas/AFP

Quarentena e restrições

CET faz bloqueio na Radial Leste, logo após a Avenida Aricanduva, para distribuição de panfletos com orientações sobe o coronavírus  — Foto: Reprodução/TV Globo

CET faz bloqueio na Radial Leste, logo após a Avenida Aricanduva, para distribuição de panfletos com orientações sobe o coronavírus — Foto: Reprodução/TV Globo

Para tentar frear o ritmo de contágio da Covid-19 estados adotam estratégias que incluem desde a prorrogação dos decretos de isolamento social até bloqueios em ruas para forçar moradores a ficarem em casa. 

O atual decreto da quarentena no Ceará, por exemplo, tem validade até terça-feira (5), mas o governador Camilo Santana disse que vai prorrogá-lo. O decreto em Alagoas vence no mesmo dia e o governo também informou que será estendido até 15 de maio.

No Maranhão será adotado o mecanismo chamado 'lockdown' em cidades da região metropolitana de São Luís. A medida prevê, que é o bloqueio total das atividades a partir de terça. O governo do Pará avalia adotar a mesma medida.

Em São Paulo, já nesta segunda-feira, a prefeitura vai fazer bloqueios em ruas da capital para forçar os moradores a ficarem em casa. No fim de semana, a taxa de isolamento ficou pouco acima dos 50% - bem abaixo do recomendável, de 70%.

Auxílio de R$ 600

Filas nas agências da Caixa provocam aglomerações e confusão; trabalhadores dormem nas filas  — Foto: Bruno Veiga Arquivo Pessoal

Filas nas agências da Caixa provocam aglomerações e confusão; trabalhadores dormem nas filas — Foto: Bruno Veiga Arquivo Pessoal

Depois de uma semana de muitos relatos de trabalhadores sobre dificuldades para saque do dinheiro do auxílio emergencial oferecido pelo governo durante a crise, a Caixa Econômica Federal vai ampliar a partir de agora o horário de atendimento em toda a sua rede de agências.

Com a medida, as unidades passarão a funcionar das 8h às 14h, duas horas mais cedo. Desde 22 de abril, 1.102 agências já vinham funcionando neste horário.

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