Presidente fez passeio por Brasília neste domingo e encontrou apoiadores, na contramão das medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde.
A saída de Bolsonaro foi vista por aliados de Mandetta como uma nova provocação do presidente — a primeira foi o pronunciamento na TV — às diretrizes do Ministério da Saúde para forçar o ministro a pedir demissão.
No sábado, como o blog publicou, o ministro disse a Bolsonaro, em reunião privada, que não pedirá demissão. Mandetta disse que, se Bolsonaro quiser, pode demiti-lo. Disse também que, toda vez que o presidente contrariasse normas técnicas, ele, Mandetta, iria desautorizar o presidente publicamente.
Após a conversa, Mandetta reforçou, durante entrevista coletiva, a necessidade de isolamento social. Neste domingo, Bolsonaro ignorou o ministro e saiu pelas ruas de Brasília, defendendo o fim do isolamento.
Governadores e parlamentares, incluindo a cúpula do Congresso, aguardam reação do ministro nesta segunda. Eles argumentam também que ele errou na crítica à imprensa, e que deveria se desculpar.
O grupo que está na linha de frente das medidas do combate ao coronavírus acredita que a ala militar do governo é quem tem pedido a Mandetta para “segurar as pontas” para que a crise não desande de vez. Para eles, a situação pode piorar se o ministro e toda a sua equipe saírem do governo.
Além disso, já está em discussão uma ação preventiva para evitar que um eventual decreto de Bolsonaro seja colocado em prática suspendendo o isolamento, o que vai na contramão das medidas que têm sido tomadas no resto do mundo.
Neste domingo, assessorias jurídicas de parlamentares e governadores conversaram e decidiram ir à Justiça para barrar eventual decreto se Bolsonaro levar a ideia adiante.