Mortes de jornalistas no Azerbaijão chama a atenção da comunidade internacional


Por Milton Atanazio

A manhã de 4 de junho no Azerbaijão foi trágica, quando na estrada em Susuzlug, região de Kalbajar, aconteceu a explosão de uma mina antitanque (bombas no subsolo) , atingindo um veículo que transportava membros de uma equipe de filmagem. O pessoal estava na região para fazer uma cobertura jornalística sobre a destruição causada pelos Armênios, durante os 30 anos de ocupação.

É importante destacar que o Azerbaijão e Armênia disputam historicamente o território conhecido com Naborno Karabakh, mas embora essa hostilidade pareça somente regional, ele tem conflitos geopolíticos internacionais, visto que Turquia, Geórgia, Rússia, Estados Unidos, Irã e até China estão por trás .

Por causa dessa explosão, dois membros da equipe de filmagem, um operador da televisão do Azerbaijão, um correspondente da Agência de Notícias do Estado do Azerbaijão, bem como o representante do poder executivo distrital, foram mortos e quatro pessoas ficaram feridas.

O fato por si choca, mas tem um agravante dramático e chama a atenção internacional - As minas precisam ser desativadas.

A instalação deliberada em grande escala de minas terrestres pelo país vizinho, a Armenia, nos territórios do Azerbaijão é um ato escancarado de violação do direito internacional humanitário e um desrespeito a Convenção de Genebra de 1949.

O incidente de 4 de junho mostra que as minas nesta região foram implementadas deliberadamente pelos Armenios durante a retirada forçada das Forças Armadas do Azerbaijão após as operações de contra ofensivas. É cristalino o objetivo de causar o máximo de danos possível e criar obstáculos adicionais para que a população civil retorne às suas casas.

Oportuno recordar que um grupo das Forças Armadas da Armênia foi detido ao entrar no território do Azerbaijão, indo em direção a Kalbajar, fazendo provocações e objetivando colocar minas terrestres nas estradas da região. Essas atitudes confirmam que a Armênia continua a representar uma grave ameaça à vida e a segurança de militares e civis, sendo um grande obstáculo para estabelecer o cumprimento da paz e segurança na região.

A Armênia tem total responsabilidade das vítimas civis de minas terrestres, quando estavam desempenhando suas funções civis como jornalistas e trabalhadores da imprensa.

O embaixador do Azerbaijão Sr. Elkhan Polukhov inaugura um procedimento pioneiro em sua missão diplomática no Brasil, convidando a Imprensa brasileira, radicada em Brasília, para inteirar-se do que está acontecendo em seu país.

Polukhov recebeu os 25 jornalistas, conduzindo em seguida uma videoconferência, com a participação das Sras. Esmira Jafarova ( Membro do Conselho do Centro de Estudos Estratégicos e Sra. Leyla Abdullayeva (Diretora do Departamento de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão em Baku, capital do Azerbaijão.

Chamou à atenção de todos de que é necessário a ajuda da comunidade internacional para pressionar a Armênia a entregar o mapa das minas (bombas no subsolo) já que civis foram mortos recentemente. Estima-se que ainda existam minas na região,Cada explosão de mina é um ataque contra a paz e contra os valores e princípios universais que defendemos.

Somente com a desativação das minas que será possível assegurar o fortalecimento da confiança entre os dois países e abrir caminho para o estabelecimento de uma paz duradoura na região.

Esse jornalista aplaude o gesto do embaixador Polukhov em convidar a Imprensa, colocando o tema para informação geral e apelando para as ações da comunidade internacional para mudar o quadro na região, restabelecendo a paz e o progresso.
Confia na diplomacia e espera que haja o restabelecimento pleno do direito internacional.

Miltob Atanazio - *** Jornalista, comunicador, árbitro judicial, consultor diplomático, cônsul honorário da Bielorrússia, articulista no Portal R10, editor da Revista VOX/ABRACAM NOTÍCIAS, Publisher da Brazilian NEWS e Foco na Política.