3 de junho, quinta-feira – DESTAQUES DO DIA - ABRACAM NOTÍCIAS

Veja o que você precisa saber para começar o dia bem informado, destacados pelo jornalista Milton Atanazio, direto de Brasília

 N  O  T  Í  C  I  A  S  em destaques HOJE

  • Conmebol anuncia que Copa América será disputada no Brasil; Ministro diz que negocia realização da Copa América no Brasil, mas ainda não confirma torneio;
  • Após parto prematuro, morre João Miguel, filho de Whindersson Nunes;
  • Joe Lara, ator de ‘Tarzan’, morre em queda de avião com esposa e mais cinco passageiros;
  • Funcionária de lanchonete em SC que sofreu assédio pede ajuda em bilhete: ‘Por favor, não é brincadeira’;
  • CoronaVac em Serrana: Veja os resultados do estudo feito pelo Butantan; Preso com 39 kg de cocaína, sargento da Aeronáutica já tinha traficado sete vezes antes;
  • No Exército, Pazuello obrigou soldado negro a fazer papel de animal: “Ele me fez puxar carroça”
  • O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, obrigou um soldado negro de 19 anos a puxar uma carroça e carregar outro militar em cima. O episódio aconteceu em 2005, quando o general comandava o quartel do Depósito Central de Munições do Exército, em Paracambi (RJ). Na ocasião, a 1ª Região Militar resolveu abrir um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta do oficial.

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DESTAQUE DO ESTADÃO 1

O destaque de hoje, fica por conta do artigo do jornalista e apresentador do Jornal da CNN, William Waak, desta quarta-feira.

 

A insubordinação de Bolsonaro

 

Ao incentivar a anarquia no Exército, arrisca a própria autoridade

 

Durou quase meio século a trajetória do Exército entre eliminar a ameaça de anarquia dentro da instituição e o retorno à ameaça de anarquia. Nos dois episódios – quando a anarquia foi abortada e quando ela foi incentivada – a figura central foi o presidente da República.

No primeiro episódio o mandatário era o general Ernesto Geisel – alguém que, de fato, sabia o que era a natureza do poder. Destituiu sumariamente em 1977 seu ministro do Exército por entender que aquele oficial participava de um movimento de insubordinação, que arrasava qualquer princípio de autoridade, começando pela do presidente.

No segundo episódio o mandatário é o ex-capitão Jair Bolsonaro – alguém que, de fato, nunca soube o que é poder. Incentivou a insubordinação de um general, atacando um pilar fundamental de qualquer Exército, sem entender que está colocando em jogo a própria autoridade. Aliás, exercida de forma incoerente, contraproducente e que está diminuindo depressa.

Bolsonaro
Jair Bolsonaro, presidente da República Foto: Evaristo Sá/ AFP

Talvez um especialista do campo da psiquiatria explique melhor o desprezo que Bolsonaro tem pelo funcionamento de instituições, que são complexas estruturas apoiadas tanto em normas e códigos formais quanto na confiança que se atribui a elas. Um esclarecedor exemplo desse fato está na maneira como Bolsonaro tratou o Ministério da Saúde, cuja eficácia acabou sendo severamente comprometida no combate à pandemia não tanto pelo aparelhamento com incompetentes, mas, sobretudo, pela concorrência a ele criada pelo presidente e seu círculo informal de aconselhamento integrando charlatães, puxa-sacos e irresponsáveis dando palpites sobre políticas públicas de saúde.

No caso do Exército, o primitivismo político de Bolsonaro o faz enxergar como última garantia de poder de fato. Daí querer dominá-lo. Contudo, até o mais empedernido leninista compreende que o poder político baseado exclusivamente na força militar não dura para sempre, e que o exercício do poder abarca convencimento, visão, liderança e articulação de diversas forças (para não falar das ideias e postulados que as movam). Na linguagem marxista, o bonapartismo bem-sucedido é o que conhece seus limites.

Mas, para Bonapartes de hospício, é bem possível que a recusa de Forças Armadas a embarcar em aventuras políticas tenha revigorado instintos nunca dominados. Bolsonaro é o principal insubordinado em relação ao Exército, fato mais uma vez demonstrado ao trazer para junto de si no Planalto um general processado por indisciplina. Está sinalizando a todos que a transgressão da regra compensa.

Contanto que o transgressor seja alguém de lealdade irrestrita ao “mito”. Políticos na posição de Bolsonaro que agem mais por instinto do que por raciocínio são a regra, e não a exceção. Os que se acham infalíveis, também. Quando instinto, visão e raciocínio combinam com os fatos da realidade, acabam virando estadistas. São raríssimos, e talvez a geração no Brasil que foi às urnas pela primeira vez já no século 21 não se lembre de nenhum. Os atuais passam longe disso.

Geisel abortou a anarquia e, de uma posição de autoridade, iniciou ainda em 1977 o caminho (admita-se, lento e tortuoso) que levou à devolução do poder aos civis e à redemocratização. Nesse sentido, é um marco na linha do tempo que não pode ser ignorado, pelo símbolo e pelas consequências. Um niilista como Bolsonaro, sem visão política coerente e desprovido de qualquer princípio que não seja a própria sobrevivência, ao incentivar a anarquia, também quer colocar um marco na linha do tempo.

Seu símbolo já é claro. Quanto às consequências, dependem do grau de coesão interna e da liderança de instituições como a do Exército. Ou seja, como sobrevivem a Bolsonaro.

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DESTAQUE DO ESTADÃO 2

 

Outro destaque de hoje, fica por conta da matéria de Lauriberto Pompeu, desta quinta-feira.

 

Em CPI da Covid, Luana Araújo diz que tratamento precoce é como pular de ‘borda da terra plana’

 

Para infectologia, Brasil está na ‘vanguarda da estupidez mundial’

 Em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira, 2, a médica infectologista Luana Araújo afirmou que o debate sobre o chamado tratamento precoce, com uso de cloroquina, para o coronavírus é “indevido, sem cabimento e sem lógica”. Luana foi convidada para comandar a recém-criada Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, vinculada ao Ministério da Saúde, mas acabou não assumindo o cargo por falta de alinhamento ao governo.

Para Luana, a discussão sobre o uso de cloroquina ou outros medicamentos sem comprovação científica para tratar covid é “delirante, esdrúxula, anacrônica, contraproducente” e não merece atenção. “É como se estivéssemos discutindo de que borda da terra plana vamos pular”, comparou. “Não tem lógica.”

Confira as principais declarações da médica Luana Araújo à CPI da Covid

Luana Araújo
A médica Luana Araújo, na CPI da Covid Foto: Gabriela Biló/Estadão

Acompanhada do pai José Carlos Araújo, que é médico e advogado, Luana prestou um depoimento considerado técnico, durante seis horas e meia, e não se furtou a usar palavras fortes para apontar erros do governo na condução da pandemia. “Quando disse, há um ano atrás, que estávamos na vanguarda da estupidez mundial, eu, infelizmente, ainda mantenho isso em vários aspectos. Porque nós ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento”, afirmou ela.

Convidada pelo ministro Marcelo Queiroga para assumir a nova secretaria, Luana teve o nome anunciado em 12 de maio. Em discurso naquele dia, a médica declarou que iria adotar medidas para combater o coronavírus com base em evidências científicas e se solidarizou com os parentes das vítimas da doença. Dez dias depois, no entanto, Queiroga disse que Luana não assumiria mais a pasta. Questionado se a saída da médica seria por pressão do Palácio do Planalto, o ministro negou. “Esse é um assunto que considero encerrado”, respondeu.

Aos senadores, Luana disse acreditar que o veto a seu nome não partiu de Queiroga. Ela evitou responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro pela decisão, mas admitiu que uma “polarização política” impede que bons profissionais trabalhem no governo federal. “Não foi me dado nenhum tipo de justificativa, mas entendi que a coisa estava se arrastando e que não iria acontecer”, observou. “Meu nome não passaria pela Casa Civil.”

Em vários momentos, a médica ironizou observações de senadores governistas que a questionaram sobre a eficácia do tratamento precoce com substâncias não recomendadas para o combate à covid. O senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS) disse que 28 países usam o tratamento como modo de lidar com o coronavírus. Luana, então, minimizou o número diante da realidade mundial: “São mais de 200 países, senador”.

Ao responder a Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo, a infectologista declarou ser contra o uso de cloroquina para tratar covid. “Se eu pegar essa placa, essa cultura viral e botar no microondas, senador, os vírus vão morrer. Mas não é por isso que eu vou pedir para o paciente entrar no forno duas vezes por dia”, declarou.

Um estudo conduzido no ano passado pelo médico francês Didier Raoult indicava a hidroxicloroquina no tratamento contra o coronavírus. A pesquisa foi citada na sessão por Heinze e por Marcos Rogério. Ao responder Heinze, Luana disse: “Eu gostaria de perguntar se o senhor já ouviu falar no prêmio chamado Rusty Razor, que o doutor Didier Raoult ganhou ano passado”. O senador afirmou desconhecer o prêmio.  “Eu recomendo aí uma checagem nesse sentido”, replicou a médica. O Rusty Razor é uma sátira e ficou conhecido por “homenagear” aqueles que promovem desinformação no meio científico.

A pesquisa do médico francês foi questionada por entidades médicas por causa da metodologia usada e pelo número reduzido de pacientes incluídos no estudo. Raoult publicou carta no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia da França na qual admitiu que o medicamento não reduz a mortalidade.

Depois de testes realizados a pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cloroquina foi apontada como ineficaz no combate ao vírus, além de poder causar efeitos colaterais adversos, como arritmia cardíaca. O argumento do governo federal é que o coronavírus ainda é uma doença pouco conhecida e, portanto, Bolsonaro não pode ser culpado por recomendar medicamentos. O presidente passou a fazer propaganda da cloroquina logo no início da pandemia, em março de 2020, após gesto similar do americano Donald Trump.

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Confira as principais declarações da médica Luana Araújo à CPI da Covid

 

Postura contrária ao tratamento precoce e discurso didático da médica Luana Araújo rendem ‘ensinamentos científicos’ aos senadores em reunião desta quarta.

Adriana Ferraz e Matheus Lara, O Estado de S.Paulo

Um dia depois de a médica Nise Yamaguchi ser ouvida na CPI da Covid e defender diante dos senadores o chamado tratamento precoce contra covid-19, a infectologista Luana Araújo -dispensada do Ministério da Saúde depois de apenas dez dias de trabalho e totalmente contrária à tese -, foi ouvida na sessão desta quarta, 2, e seu depoimento serviu, como os parlamentares mesmo classificaram, como uma aula de ciências. E bastante didática. Veja um resumo das principais declarações:

Luana Araújo
A médica Luana Araújo, em depoimento à CPI da Covid Foto: Gabriela Biló/Estadão

“Ciência não tem lado. Ou ela é bem feita ou mal feita” (fala em discurso inicial)

“Pleiteei autonomia, não insubordinação” (sobre possível entrada na Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à covid-19)

“O ministro me chamou e disse que lamentavelmente meu nome não foi aprovado” (sobre sua dispensa após dez dias de trabalho)

“Não temos opinião, mas evidências, e elas são claríssimas, transparentes. Somos a favor de uma terapia precoce que exista. Quando ela não existe, não pode se tornar uma política de saúde pública” (sobre eficácia do tratamento precoce)

“Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente” (sobre eficácia do tratamento precoce)

“Quando disse, há um ano atrás, que estávamos na vanguarda da estupidez mundial, eu, infelizmente, ainda mantenho isso em vários aspectos” (sobre eficácia do tratamento precoce)

“É como se estivessemos discutindo de que borda da Terra plana vamos pular. Não tem lógica” (sobre eficácia do tratamento precoce)

“Não é porque se mata coronavírus no micro-ondas que pedir para paciente entrar no forno” (sobre eficácia do tratamento precoce)

“A nossa vida seria mais fácil e feliz se isso (cloroquina) funcionasse; infelizmente, não tem (eficácia)”  (sobre eficácia do tratamento precoce)

“Deve estar faltando informação de qualidade, porque quando se tem a informação, não é um comportamento que a gente espera que aconteça. A mim, me dói” (sobre diversas declarações e comportamentos do presidente Jair Bolsonaro ao longo da pandemia)

“Se cada um diz uma coisa, em quê acredito?” (sobre orientações divergentes sobre a pandemia)

“Existe dificuldade de entender a diferença entre abordagem e tratamento precoce. A abordagem é o acesso ao diagnóstico imediato, e há dificuldade nesse sentido” (sobre o que se considera tratamento precoce) 

“É assim (com a vacinação) que a gente atinge uma imunidade de rebanho. Não posso imputar sofrimento e morte a uma população com uma imunidade de rebanho” (sobre a tese de rebanho)

“(Copa América no Brasil) é um risco desnecessário para se assumir neste momento” (sobre decisão do governo federal de receber a competição)

“Autonomia médica faz parte da nossa prática, mas não é licença para experimentação” (sobre tratamento precoce)

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Direto com o jornalista MILTON ATANAZIO
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